Dos primeiros Apple I ao M1: A evolução dos processadores da Apple

A Apple percorreu um longo caminho desde seus primeiros dias em uma garagem em Los Altos, Califórnia. Fundada por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne em 1976, a empresa começou fabricando e vendendo computadores pessoais. Ao longo das décadas, revolucionou a eletrônica de consumo e a computação com produtos inovadores como o iMac, iPod, iPhone e iPad.

Um dos componentes essenciais dos dispositivos da Apple que passou por grandes transformações ao longo dos anos foi o processador. Ele funciona como o “cérebro” de qualquer dispositivo computacional, sendo responsável por executar instruções e rodar programas. Vamos explorar a evolução dos processadores da Apple, desde o pioneiro Apple I até o avançado chip M1.

1. Os Primeiros Passos

O primeiro computador da Apple, chamado Apple I e lançado em 1976, utilizava um microprocessador MOS Technology 6502 com frequência de 1 MHz. Esse processador de 8 bits também foi empregado em outros computadores pessoais, como o Commodore PET, além de consoles da Atari. Com uma velocidade de 1 MHz, conseguia processar cerca de 0,02 MIPS (milhões de instruções por segundo).

Embora fosse inovador para a época, o 6502 tinha limitações em velocidade e capacidade. Quando a Apple lançou o Apple II em 1977, manteve o uso do 6502, mas com um leve aumento na frequência para 1,023 MHz. O Apple II se tornou um dos primeiros microcomputadores a alcançar grande sucesso comercial, desempenhando um papel fundamental na popularização da computação pessoal.

2. A Ascensão da Série Motorola 68000

No início dos anos 1980, a Apple buscava um processador mais potente para seu novo computador Macintosh. A escolha foi o Motorola 68000, um processador de 16/32 bits com frequência de 8 MHz e capacidade de processamento de 0,43 MIPS.

Lançado em 1984, o primeiro Macintosh utilizava o Motorola 68000 em conjunto com uma interface gráfica inovadora, tornando-se um marco na história da Apple. Durante boa parte dos anos 1980, os Macs continuaram a ser equipados com a série 68000, que evoluiu para os modelos 68020 e 68030, versões mais rápidas e aprimoradas.

3. Parceria PowerPC com IBM e Motorola

No início dos anos 1990, a Apple percebeu que precisava de um processador mais eficiente e potente do que a série Motorola 680×0. Em 1991, firmou uma parceria estratégica com a IBM e a Motorola para criar uma nova linha de processadores, os PowerPC.

Os primeiros processadores PowerPC foram lançados em 1994, começando com o PowerPC 601, que operava entre 60 e 80 MHz. Esse chip oferecia um desempenho significativamente superior ao dos processadores Intel Pentium da época. Ao longo dos anos 1990 e 2000, os PowerPC equiparam diversos modelos de Macs. A colaboração com IBM e Motorola permitiu que a Apple projetasse chips sob medida para suas necessidades.

4. A Transição para os Processadores Intel x86

Em um movimento decisivo, a Apple anunciou na Worldwide Developers Conference de 2005 que passaria a utilizar processadores Intel x86 em seus Macs, substituindo a arquitetura PowerPC. Os primeiros computadores da Apple equipados com processadores Intel Core Duo chegaram ao mercado em janeiro de 2006.

A mudança para a Intel permitiu à Apple adotar processadores amplamente produzidos e utilizados também em PCs com Windows. Os chips da Intel ofereciam um melhor desempenho por watt em comparação com os PowerPC. Inicialmente, os Macs passaram a contar com os processadores Core Duo, que posteriormente evoluíram para os modelos Core 2 Duo, i5 e i7. Durante um curto período, a Apple comercializou Macs tanto com PowerPC quanto com Intel, mas a transição foi finalizada já em 2006.

5. Integração Vertical da Apple: Processadores da Série A e o Chip M1

Com o enorme sucesso dos dispositivos iOS, como o iPhone e o iPad, durante os anos 2010, a Apple percebeu a necessidade de controlar o design dos processadores para esses aparelhos. Assim, começou a desenvolver seus próprios chips baseados na arquitetura Arm, iniciando com o A4, projetado internamente e fabricado pela Samsung.

Os processadores da série A, desenvolvidos sob medida, permitiram uma integração mais eficiente entre hardware e software, resultando em melhor desempenho e consumo de energia. A cada nova geração, do A5 ao A13 Bionic, houve avanços expressivos na performance da CPU e da GPU, além de otimizações significativas na eficiência energética.

Em 2020, a Apple anunciou que ampliaria essa estratégia de integração vertical para os Macs, lançando os primeiros modelos equipados com o sistema em um chip (SoC) M1. Com até 8 núcleos de alto desempenho e eficiência energética líder no setor, o M1 representou um grande salto em performance em relação aos chips Intel anteriores. Esse lançamento marcou o início da transição dos Macs para os processadores próprios da Apple, chamados Apple Silicon.

6. O Futuro: Chips Apple Silicon Ainda Mais Poderosos

O chip M1 foi apenas o começo da ambiciosa jornada da Apple no desenvolvimento de processadores. Em 2022, a empresa apresentou os chips M1 Pro e M1 Max, que trouxeram ainda mais poder de processamento e eficiência. Os novos MacBook Pro com esses chips estabeleceram novos padrões de desempenho para notebooks.

Para os próximos anos, a expectativa é que a Apple continue evoluindo seus processadores, com a chegada do M2 e futuras gerações de Apple Silicon. Assim como Steve Jobs imaginava nos primeiros dias da empresa, a Apple segue investindo na combinação entre hardware e software proprietários para oferecer a melhor experiência ao usuário.

Conclusão

A evolução dos processadores da Apple tem sido impressionante, desde o modesto 6502 de 1 MHz no Apple I até os ultrarrápidos chips M1 da atualidade. Com a tecnologia avançando cada vez mais, podemos esperar que os futuros Apple Silicon impulsionem a computação para novos patamares. Os próximos 50 anos prometem ser tão revolucionários quanto os anteriores na história dos processadores da Apple e seus dispositivos inovadores.

Com conteúdo do Nerdalert.

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