6G: O que é, como funciona e quando será lançado

O 6G é a sexta geração da tecnologia celular, projetada para oferecer velocidades mais rápidas, comunicação mais eficiente e uma cobertura de rede mais ampla do que o 5G. Aqui está o que se sabe sobre quando ele pode chegar, como poderá funcionar e quais são seus prós e contras.

A tecnologia 6G ainda está em desenvolvimento, mas promete uma conectividade extremamente diversificada, com velocidades medidas em microssegundos. A nova rede móvel funcionará por meio de frequências de rádio mais altas, oferecendo maior capacidade e uma latência até 1.000 vezes menor do que o 5G.

Embora o 5G ainda esteja em processo de implantação, o rápido avanço da tecnologia já está preparando o caminho para a próxima geração. Atualmente, os serviços de telecomunicações coletam dados da rede, processam externamente por meio de inteligência artificial (IA) e utilizam os resultados para ajustar manualmente a configuração da rede. No entanto, com o 6G, espera-se que a própria rede seja capaz de tomar decisões automaticamente em todos os níveis, segundo Shamik Mishra, diretor de tecnologia em conectividade da empresa de consultoria tecnológica Capgemini Engineering, em entrevista ao site Built In.

O que é 6G?

O 6G é a sexta geração da tecnologia de redes celulares, projetada para aprimorar ainda mais as comunicações sem fio. Embora a rede 6G aproveite a infraestrutura já existente do 5G, ela se diferencia ao utilizar frequências de rádio ultrarrápidas para transmitir mais dados em velocidades superiores. Além disso, contará com inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina integrados.

Com o 6G, os usuários poderão transferir dados instantaneamente, eliminando problemas como buffering, atrasos e desconexões. Assim como o 2G introduziu as mensagens de texto e o 4G trouxe o ecossistema de aplicativos móveis, o 6G aprimorará a comunicação entre máquinas, tornando a interoperabilidade ainda maior na era da Internet das Coisas (IoT).

“Comunicação sem fio mais rápida não significa apenas streaming de vídeo mais veloz ou downloads mais rápidos, mas também abre portas para novas aplicações, como veículos conectados, fábricas inteligentes e experiências colaborativas em realidade virtual e aumentada”, disse Swarun Kumar, professor assistente de engenharia elétrica e computação na Universidade Carnegie Mellon, ao site Built In.

Quando o 6G será lançado?

Especialistas preveem que o 6G será implementado até 2030. No cenário mais otimista, ele poderia chegar já em 2028, de acordo com pesquisadores da IDTechEx.

“No momento, o 5G ainda está no auge e, como a adoção ainda é baixa, as operadoras de 5G enfrentam dificuldades para obter retorno sobre seus investimentos”, disse Trevor Francis, CEO da empresa de telecomunicações 46 Labs, ao site Built In. “A baixa adesão ao 5G pode acabar adiando ainda mais a necessidade do 6G.”

Como o 6G funcionará?

Embora os detalhes técnicos ainda estejam sendo desenvolvidos, as gerações anteriores dão algumas pistas sobre como o 6G poderá operar. Equipamentos como roteadores, antenas e estações base utilizados no 5G provavelmente continuarão desempenhando um papel importante nessa nova geração.

Além disso, as redes 6G poderão calcular a absorção de ondas e ajustar seus comprimentos de onda conforme necessário, utilizando diferentes faixas de frequência. Esse avanço será possível devido a dois princípios:

  • Átomos e moléculas emitem e absorvem radiação eletromagnética em comprimentos de onda específicos.
  • Para qualquer material, as frequências de emissão e absorção são as mesmas.

Com isso, o 6G poderá liberar uma gama mais ampla de espectros, tornando a comunicação sem fio ainda mais eficiente e garantindo uma cobertura de rede mais extensa para diversos dispositivos. Essas melhorias poderão abrir portas para novas aplicações, como sistemas de monitoramento de saúde, aprimoramento da segurança pública e avanços na tecnologia de reconhecimento facial.

Quem está desenvolvendo o 6G?

Governos, operadoras de telecomunicações, empresas de infraestrutura, instituições acadêmicas e líderes do setor estão atualmente trabalhando no desenvolvimento da tecnologia para redes 6G.

Por exemplo, o Instituto de Pesquisa em Eletrônica e Telecomunicações da Coreia do Sul está focado no desenvolvimento de bandas de frequência em terahertz para alcançar velocidades mais altas. Já a Universidade de Osaka, no Japão, fez parceria com a Universidade de Adelaide, na Austrália, para desenvolver um microchip de silício, chamado multiplexador, que facilita a divisão e combinação de frequências para uma transmissão mais eficiente.

Vantagens do 6G

Novas bandas de espectro

Cada nova geração de redes móveis opera em um novo espectro de ondas de rádio. No caso do 6G, será introduzida uma faixa que varia de 7 a 20 gigahertz, aprimorando o 5G, que trabalha entre 24 e 40 gigahertz.

De acordo com a empresa de telecomunicações Ericsson, “quanto menor a frequência, maior a área de cobertura possível”. Isso significa que o 6G poderá alcançar áreas mais amplas com menor perda de sinal.

Baixa latência e velocidades mais rápidas

A latência, que é o tempo que um sinal leva para fazer uma transmissão de ida e volta, será reduzida para microssegundos no 6G. Hoje, os usuários geralmente experimentam um atraso de milissegundos.

Embora essa diferença de velocidade seja 1.000 vezes maior, para o olho humano pode parecer insignificante. No entanto, em aplicações em tempo real, como realidade aumentada, veículos autônomos e fábricas inteligentes, isso garantirá maior confiabilidade e eficiência.

Conectividade sem falhas

Uma das principais vantagens do 6G será a comunicação entre máquinas, que se tornará muito mais eficiente.

A inteligência artificial (IA) não apenas estará integrada à infraestrutura da rede, mas também poderá gerenciar outras tecnologias baseadas em IA. O 6G otimizará o ecossistema da Internet das Coisas (IoT), além de impulsionar o aprendizado profundo (deep learning), data centers em nuvem e computação de borda móvel.

Além disso, a nova infraestrutura poderá suportar 10 milhões de dispositivos por quilômetro quadrado, superando os 100.000 dispositivos suportados pelo 4G.

Acessibilidade ilimitada

As redes 6G serão capazes de integrar comunicações terrestres, aéreas, marítimas e até espaciais em uma única plataforma.

Graças ao novo espectro de rádio, os usuários poderão se conectar tanto a dispositivos de baixa taxa de transmissão de dados, como biossensores e dispositivos IoT, quanto a dispositivos de alto desempenho, como celulares em pleno voo ou trens de alta velocidade.

“O futuro envolve um nível de conectividade nunca visto antes”, disse Trevor Francis, CEO da 46 Labs. “Dispositivos conectados, cidades inteligentes e veículos autônomos processam uma quantidade imensa de dados. Para manter e superar as velocidades da internet a que estamos acostumados, será necessário operar em frequências ainda mais altas.”

Desvantagens do 6G

Alto custo de implementação


Para que o 6G funcione plenamente, será necessário desenvolver uma nova infraestrutura em larga escala, o que implica altos custos. O grande desafio está na criação de novos equipamentos que integrem inteligência artificial, nós de rede, computação de borda e sistemas de dados em nuvem em torres e antenas modernas. A boa notícia é que diversos componentes, como camadas físicas e controle de acesso à mídia, podem ser virtualizados, exigindo apenas uma atualização de software.

Segundo Kumar, “para justificar um investimento dessa magnitude, o 6G precisará de ‘aplicações revolucionárias’ que realmente aproveitem esse salto quântico na velocidade e desempenho das redes sem fio”. No entanto, se a história servir como referência, a transição do 3G para o 4G, por exemplo, resultou em inovações transformadoras, como o streaming de vídeo, os jogos mobile e os aplicativos de transporte.

Maior vulnerabilidade a ataques cibernéticos


A superfície de ataque do 6G será significativamente maior devido ao uso massivo da Internet das Coisas (IoT), redes virtualizadas e tecnologias de código aberto. Isso significa que os hackers terão mais pontos de entrada para tentativas de invasão do que antes. Um relatório da Deloitte aponta que, em média, uma residência nos Estados Unidos possui 21 dispositivos conectados, o que aumenta as preocupações com a segurança.

Pesquisas indicam que o processamento de dados, a detecção de ameaças, a análise de tráfego e a criptografia são algumas das principais preocupações relacionadas ao 6G. Apesar da necessidade de redes interconectadas para garantir alta mobilidade, sistemas mais centralizados tendem a ser mais vulneráveis a ataques. Como possíveis soluções de segurança, estão sendo estudadas tecnologias como hardware reforçado, inteligência artificial e aprendizado de máquina para prever ameaças, além de blockchain e criptografia quântica.

Precisamos do 6G?


O 6G tem o potencial de impulsionar diversas tecnologias emergentes. Carros autônomos, cidades inteligentes e experiências de realidade virtual e aumentada poderão se tornar mais viáveis graças à capacidade do 6G de conectar dispositivos por meio de IA e aprendizado de máquina. Além disso, o 6G promete integrar diferentes áreas da tecnologia, como aprendizado profundo e análise de big data, ampliando as possibilidades de utilização de grandes volumes de informação.

Outro fator que reforça o potencial do 6G é sua relação com a computação de alto desempenho (HPC). A combinação dessas tecnologias pode otimizar a computação de borda e facilitar o processamento dos enormes fluxos de dados entre dispositivos IoT.

O impacto do 6G dependerá do papel que essas tecnologias emergentes desempenharão na sociedade. No momento, ele representa um futuro em que tais avanços se tornam mais práticos do que nunca, graças a conexões mais velozes e potentes.

Perguntas Frequentes

O 6G já está disponível?


Não, o 6G ainda não está disponível, mas as redes 6G estão em fase de desenvolvimento e a previsão é que sejam lançadas por volta de 2030.

O 6G será muito mais rápido que o 5G?


Sim, o 6G deverá alcançar velocidades de 1 terabyte por segundo, tornando-se 1.000 vezes mais rápido que o 5G.

A internet 6G é segura?


A internet 6G é considerada segura e, apesar de utilizar frequências mais altas, elas são inofensivas por serem não ionizantes. No entanto, questões como vulnerabilidades a ataques cibernéticos, exposição à radiação devido ao aumento de dispositivos conectados e o crescimento da vigilância devem ser analisadas ao considerar a segurança do 6G.

Com conteúdo do Builtin

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